Colaboradores

quarta-feira, 18 de abril de 2012

PARA AQUELES INTERESSADOS EM MIGRAR

Oi, gente



Recebi um e-mail de uma leitora, interessada no processo de imigração canadense e, como a resposta dada a ela pode interessar a outros leitores, publico aqui algumas considerações para possíveis candidatos à imigração, reconstruindo, aos poucos, a nossa trajetória até aqui.

Nós (eu, esposo e dois filhos) estamos tentando migrar migrando para o Canadá.  Nos habilitamos no processo federal (skilled worker) em 2011, de acordo com as regras estipuladas pelo Ministério de Imigração canadense www.canada.gc.ca e que muda todo ano, principalmente no tocante às profissões desejadas.  Por isso, sugiro dar uma olhadinha nos pré-requisitos necessários e fazer o simulado disponibilizado pelo governo antes de dar início a qualquer especulação em torno deste assunto.  Minha profissão (psicologia) está na lista das profissões habilitadas para pleitear o visto de imigrante permanente, o que fez com que eu fosse a aplicante principal.

O tempo de maturação da idéia é longo.  A lista de documentação necessária para o visto, idem.  E o tempo que leva para recebermos a resposta também.  Por isso, é preciso ter certeza, perseverança e, o que é pior, auto controle.

Começamos a recolher toda a documentação necessária, tais como diploma, antecedentes civis e criminais, histórico escolar, etc, traduzí-la, e estudar inglês no começo do ano passado.  Como aplicante principal, tive que fazer teste de proficiência no idioma (IELTS), o que me levou bastante tempo, já que aqui em Salvador, onde moro, ele é aplicado em média a cada quatro meses. E, claro, me foi preciso fazer um curso preparatório, uma vez que precisava reciclar meu inglês, e aprender a responder esse tipo de prova tão específico. Contamos, ainda, com a ajuda de uma empresa especializada neste tipo de visto, pois, após tamanho investimento financeiro e emocional, temíamos dar errado com o processo por uma bobagem qualquer, tal como o não envio de uma documentação considerada imprescindível para o andamento do processo.

Recebemos a resposta positiva do governo canadense em agosto do ano passado (O CANADÁ ME QUER, VIVA!!!)  e, atualmente, estamos no estágio de aguardar a solicitação de exames médicos (o que, segundo alguns blogs que visitei, pode demorar até um ano).  Acho que este tempo nos é 'dado' para testar a nossa força de vontade.  De repente, o Canadá acredita que uma família, depois de passar tanto tempo na espera, vai se empenhar ao máximo para dar certo no país deles, produzindo e gerando riquezas, se adequando às regras, respeitando a convivência multicultural, etc...sei lá, vai saber...

Diante de tamanha ansiedade, resolvi canalizar essa energia para a criação deste blog, o que já deveria, aliás, ter feito há muito tempo.  Imaginei que através dele estaríamos trocando informações e dicas com outras pessoas envolvidas neste mesmo processo de migração, faríamos contatos com os 'daqui' e os que lá ja chegaram, favorecendo, assim, a familiarização com tudo o que nos aguarda.  E, quando sabemos exatamente o que vamos encontrar, a possibilidade de adaptação cresce exponencialmente, né?

Enfim. Acho que é isso.  Pretendo, aos poucos, postar sobre assuntos específicos da habilitação para o processo federal, ajudando, com isso àqueles que estão passando pelo que eu passei, na busca de informações e dicas para iniciar o processo, e ser ajudada por aqueles que estão mais adiantados do que nós.  Para quem se interessa em encarar mesmo essa jornada, vale a pena ler bastante sobre a cultura, adaptação, mercado de trabalho, clima, moradia, lazer, educação, etc.  Existem sites de comunidades de brasileiros no canadá que sempre ajudam neste sentido.  Dá uma olhadinha nesta comunidadebrasilcanada.wordpress.com  e nesta brasilnocanada.wordpress.com. Lá é possível encontrar links para vários outros sites que podem estar trazendo respostas ao imigrante ou para o potencial imigrante. E nossos conterrâneos brazucas que lá estão e que sempre postam coisas legais para nós, que aqui estamos, no hemisfério sul.

À medida que forem surgindo, prometo escrever sobre assuntos relativos à imigração para aqueles interessados.  E, para nossos amigos e familiares, estaremos atualizando as notícias sobre esta jornada.




terça-feira, 17 de abril de 2012

SERÁ QUE VOU DAR CONTA?

Confesso que uma das coisa que mais penso quando visualizo meu estilo de vida canadense são as múltiplas tarefas a serem desempenhadas por uma mãe/dona de casa/ profissional, sem qualquer HELP de ninguém.  Isso me tira o sono.  Isso me é perguntado constantemente por todos interessados em mim (ou em ter distância de mim, vai saber).  PUTZ!! Não que aqui não façamos de tudo e mais um pouco, incluíndo nos múltiplos papéis o de motorista de filho, é claro.  Mas, gentém, convenhamos que um HELP é tudo na vida de um ser humano, né?
 Vivo cansaada, acabada, destruída...(Aninha, lembrei de vc!) Embora não tenha nem mãe nem sogra para me ajudar (por enquanto, né, mammys? Volta logo de Portugal, volta...), conto com Nete, minha fiel escudeira, pau pra toda obra.
E mesmo assim vivo acabada.  Com filho que cismou que é passarinho e que deve acordar em torno das 4:30 da matina, adepta, por livre e espontânea pressão à cama bicompartilhada, com duas crianças suuuuupeer espaçosas que mais parecem bumerangue no vai e volta noturno, acordo com tico e teco em greve! E olhe que não faço comida, não lavo roupa, não limpo casa!
Por isso, pergunto por aí a quem ousar me responder: como dar conta de tudo? O que dá menos trabalho nesse hemisfério norte?? São as crianças que adquirem um chip canadense, ou um botão on/off e, de fato, resolvem poupar os seus pais?? É a indústria de alimentos que nos vende produtos prontos, ou saladitas lavadas, cortadas, prontas para servir? É o frio que não nos deixa abrir as janelas da casa, não acumulando poeira para ser varrida? A maravilhosa máquina de lavar louça ou uma moderníssima máquina de secar roupa?
Uma coisa eu sei: estou em uma busca incessante, nas lojas de produtos importados, pelo tal do chip.  Acho que não custava nada testar desde logo esse aparelhinho, néam? Afinal, o prévio conhecimento desta tecnologia pode evitar possíveis efeitos colaterais... e me ajudaria pacas nestes próximos meses de terra brasilis!!!
Mas se a resposta for que as crianças hibernam no frio, tal qual os ursos polares, o problema esta resolvido!! Teria bons (e longos) meses de sossego.  Acho que é isso!!! Ufa, nada como divagar 'em voz alta'
Queridos filhos, simplesmente aaaadooorooo ficar com vocês, mas não precisa ser de madrugada, né? Caça ao chip canadense já!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ALGUNS MOTIVOS PARA MIGRAR

Eis que me deparo, no sábado à noite, em uma das avenidas mais movimentadas de Salvador, com um comentário de Théo, aos seis anos de idade: Acho que está tendo um assalto por aqui.  O que mais chamou a atenção, confesso, não foi o fato da possibilidade de ter ou não um assalto perto de mim.  Possivelmente foi fruto até da imaginação dele, cuja cabecinha tem estado envolvida com estórias de guerra, luta, ninjas.  Mas meu choque foi em relação à naturalização da coisa, sem qualquer alteração de voz, medo ou surpresa.  Talvez se tivesse pedido um lanche estivesse mais alterado.  E, com todo conhecimento de causa, me explica o a lógica de seu raciocínio de modo a ter chegado a esta conclusão.
Sem maiores argumentos, quis encerrar a conversa dizendo que esse tipo de coisa não acontece no Canadá, país que não conhecemos mas que já amamos como nosso, encarado por todos desta família como um oásis.  Até que, me responde: "mãe, assaltante tem em qualquer lugar do mundo".  E, nesse sentido, diz que conhece váarios golpes e que aprenderá mais outros tantos, já que luta é 'defesa pessoal', termo que uso para tentar persuadí-lo a desistir da idéia.
É bem verdade, disse.  Mas o 'assalto canadense' é diferente!! Pessoas armadas, colocando outras em perigo, não existe.  Apenas uns roubos, daqueles ocorridos quando alguém esquece algo em um certo lugar e outra pessoa pega e leva.  E o diálogo continuou: "mãe, isso não é roubo... é... normal!"
Claro que não é possível um lugar maravilhoso assim, né? E ele tentou dar continuidade à conversa, para meu desespero.  "Duvido que não tenha meninos assim, da minha idade, com estilingue, e que corre atrás de outros, para roubar ou assustar!!" Que droga! Por que não desiste desta conversa? Saco! Não filho, não tem, meu amor. E, não convencido, ou por achar que a mãe não entende muito das coisas do mundo, pergunta ao pai: É assim mesmo?
Após resposta positiva do maridão, Théo finalmente fala, em tom de euforia: - Oba!!! vou, então, poder andar na rua, no lado de fora do condomínio, se nós morarmos em um, encantado com este novo país que tanto lhe agrada.
E depois de darmos o assunto por encerrado, concluí: Tem, mesmo algumas coisas que estão fora da ordem, e a normalização da violência é apenas uma delas.
Aí eu respondo: Se tenho coragem de ir?? Eu não tenho coragem é de ficar por aqui!!!

boa semana para todos!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

E A SAGA CONTINUA!!!

Esta data tem que ser comemorada! Depois de quase oito meses dizendo que preciso criar um blog para registrar este longo período de espera da solicitação de exames médicos do governo canadense, finalmente saí da inércia e consegui, ao menos em parte, operacionalizar o tal. Faltando, ainda, muita coisa, é fato. Mas, ao menos, EU EXISTO!! Sim, a minha existência virtual torna a vida real menos angustiante. Porque é isso que sou: uma brasileira angustiada, sobrevivendo ao dia a dia, aguardando, ansiosamente, uma notícia canadense. E, enquanto o tempo passa (ou não passa, depende do ponto de vista), vivo lendo o blog dos conterrâneos que estão por lá, estão pensando em ir pra lá ou que, assim como eu, estão do lado de cá, sonhando com 'lá'. Acho que postar por aqui vai me dar uma outra atividade, além da leitura diária da espera alheia, ou da conquista de outros brazucas.
É isso aí, gente. Enquanto estou na 'sala de espera', vou aproveitando para me informar mais, para diminuir meu check list, para resolver pendências. E para armazenar um pouco do calor nordestino que tanto faz falta aos expatriados, curtindo, vez ou outra, uma praia no fim de semana!!Pois bem sei que esta temperatura de 31º C que tanto me incomoda será uma das coisas que mais sentirei falta por lá.
Mas, atualmente, o fato é que estou louquinha para sentir esta saudade...